Paredes de Coura

Voltei aos festivais de Verão! Depois de ter estado já por duas vezes há alguns anos a esta parte em Paredes de Coura primeiro e na Zambujeira do Mar depois, voltei este ano ao festival pródigo. Falo obviamente de Paredes de Coura. Perguntais vós meus caros... o que foste tu fazer? Já não estarás velho para te meter nessas andanças? Pois claro que não respondo-vos eu. Sou um puto de 32 anos que continua com bastante espírito para estas coisas. É evidente que não fui com as mesmas condições de há alguns anos atrás. Levei carro, prescindindo dos transportes públicos... Dormi numa cama decente oferecida amavelmente por um amigo daqueles que está sempre disposto a ajudar. Levei os apetrechos de limpeza pessoal - nos quais se incluía a gilete... utensílo importantíssimo para mim e fundamental para manter a minha jovialidade intacta... ;-) - e não deixei de lado todos os objectos e pequenas coisas que já fazem parte do dia-a-dia de quem não dispensa de algum conforto. É lógico que se fosse há anos atrás descorava toda esta panóplia de utensílios, deixava crescer a barba e até era capaz de achar piada ao meu cheiro do sovaco. Não! Já não foi com esse espírito que atravessei a encosta relvada daquele magnífico poiso, mas com uma maior selectividade sobre aquilo para que ia e as condições que tinha que ter para me sentir minimamente confortável.
Fui principalmente com o intuíto de ver três bandas e nenhuma delas me desiludiu, antes pelo contrário todas elas superaram as minhas expectativas. Foram elas os «Foo Fighters» banda do ex-Nirvana Dave Groll, os lendários «Pixies» que fazem parte do imaginário de qualquer um da minha geração - que tenha bons gostos musicais como é óbvio - e o fantástico «Nick Cave» que se fez acompanhar com a sua banda: «The bad seeds». Simplesmente fantásticos estes três.
Os primeiros revelaram a energia fabulosa do ex-baterista dos Nirvana que demonstrou além da versatilidade na bateria e guitarra, também uma excelente voz e uma energia em palco fora do comum.
Os segundos mostraram um Frank Black, apesar de um pouco gordo, ainda muito em forma e com uma voz de espantar todos aqueles que assistiam ao concerto. Pena que depois de voltar com as palmas do público só tenham tocado mais uma música.
Os terceiros foram notoriamente, na minha opinião, os melhores revelando um Nick Cave em muito boa forma e a tocar desde as mais antigas às mais recentes, excelentes músicas e com uma presença em palco simplesmente genial! Parece-me a mim que até muito boa gente que não conhecia Nick Cave saiu do festival com intenção de comprar alguns dos seus discos. Fabuloso mesmo!
Depois de tudo ouvir regressei a Moimenta da Beira, minha terra de origem, com a alegria de quem tinha assistido a muito bons concertos ao vivo. É claro que não deixei de convidar o meu amigo Luís, que me deu tão boa estada, para uma visitinha à terra onde trabalho e exerço a minha profissão - a ilha da Madeira. Foram sem dúvida muito bem empregues os quatro dias de passeio pelo Minho, região à qual quero voltar...