domingo, 13 de maio de 2007

«Olhos negros»


Por teus olhos negros, negros,
Trago eu negro o coração
De tanto pedir-lhe amores...
E eles a dizer que não.

E mais não quero outros olhos,
Negros, negros como são;
Que os azuis dão muita esp'rança,
Mas fiar-me eu neles, não.

Só negros, negros eu quero,
Que em lhes chegando a paixão,
Se um dia disserem sim...
Nunca mais dizem que não.

Almeida Garrett

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