domingo, 7 de outubro de 2007

«Aguarela»


No suplício duma tela em movimento
que traz contornos de dilúvio
contei promessas em pensamento,
reconstruí-as, fiz delas meu refúgio

No suplício duma tela em movimento
perturba-me a palavra perdida,
que seria talvez a chave mestra
de uma porta que se encontra escondida

No suplício duma tela em movimento
retiro às cortinas os seus laços,
desenho alguns dos belos traços
que se apartaram enrolados pelo vento

No suplício duma tela em movimento
contorno os longínquos ancestrais,
para que os sabores sejam a cada momento
os louvores, marcados, dos meus ideais!

1 comentário:

Joana Homem da Costa disse...

Excelente! Gostei muito dos poemas do blog, escritos com muita sensibilidade. Voltarei...
Bjs