sábado, 20 de outubro de 2007

Para ti!


Eu conduzia devagar como tu sempre gostaste. Iamos os dois naquele silêncio comprometido. Falavas pouco porque se calhar já não havia muito a dizer. Tu, no fundo, sabias que ias partir e que me tinhas ali ao pé de ti e eu mais sabia ainda que brevemente partirias e queria que aquele momento fosse eterno... Olhava os teus belos olhos azuis que sempre emanaram alegria e naquele momento estavam tristes. Senti a urgência do momento... Parei o carro para encher os garrafões com água. Uma água límpida, pura e cristalina que há ali nas redondezas e que tu sempre bebeste com tanta satisfação e alegria. Depois voltei-me em direcção ao carro e percebi que a água não bastava e os meus olhos, que são parte de ti, procuraram algo mais... Vi então umas belas roseiras que saíam de uma propriedade privada. Estavam mesmo ali, era só chegar e apanhar, à beira da estrada. Nem hesitei, os meus olhos que tinham entristecido juntamente com os teus, logo revigoraram as suas forças e coloquei-me em direcção ao roseiral. Apanhei somente uma, a mais bonita de todas, e dirigi-me freneticamente em direcção a ti... Lá estavas tu, esboçando aquela tristeza no olhar. Dei-te aquela rosa e tu, sorriste, como já há muito tempo não via. E aquele momento ficou eternamente guardado nos nossos corações...

1 comentário:

Joana Homem da Costa disse...

Muito bonito! Descrição com muito sentimento e sinceridade! Adorei o blog! Parabéns
Bjs