Não peçam aos poetas um caminho. O poeta
não sabe nada de geografia
celestial. Anda
aos encontrões da realidade
em acertar o tempo com o espaço.
Os relógios e as fronteiras não têm
tradução na sua língua. Falta-lhes
o amor da convenção em que nas outras
as palavras fingem de certezas.
O poeta lê apenas os sinais
da terra. Seus passos cobrem
apenas distancias de amor e
de presença. Sabe
apenas inúteis palavras de consolo
e mágoa pelo inútil. Conhece
apenas do tempo o já perdido; do amor
a câmara-escura sem revelações; do espaço
o silêncio de um vôo pairando
em toda a parte.
Cego entre as veredas obscuras é ninguém e
nada sabe
— morto redivivo.
não sabe nada de geografia
celestial. Anda
aos encontrões da realidade
em acertar o tempo com o espaço.
Os relógios e as fronteiras não têm
tradução na sua língua. Falta-lhes
o amor da convenção em que nas outras
as palavras fingem de certezas.
O poeta lê apenas os sinais
da terra. Seus passos cobrem
apenas distancias de amor e
de presença. Sabe
apenas inúteis palavras de consolo
e mágoa pelo inútil. Conhece
apenas do tempo o já perdido; do amor
a câmara-escura sem revelações; do espaço
o silêncio de um vôo pairando
em toda a parte.
Cego entre as veredas obscuras é ninguém e
nada sabe
— morto redivivo.
Adolfo Casais Monteiro
Foto : _M_
2 comentários:
muito bom mesmo.era este não era? andei por aí perdida nos meses:)
obrigada pela partilha.
um abraço grande.
Era este sim Aida. E é sem dúvida muito bom como tu também dizes... Também só agora vi que este poema já o tinha colocado em Janeiro. :) Beijinhos! E outro abraço igual para ti
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